"Como filósofo eu divago. Como policial, eu denuncio. E, como humano eu
avalio. Acredito que as pessoas deste mundo estão sob uma névoa de ignorância e, o
tempo todo tem demônio ao lado da via oferecendo doces e travessuras. Mas, todo
doce, pede água, toda travessura, pede sanção, além de enjoar e causar ânsia,
embora, no momento ou pelo momento é algo sedutor. A vida é construída de grão
em grão e de tijolo em tijolo. Um dia e, a construção será apresentada em público o
que foi elevado às escondidas. (...) Depois de muito meditar, de muito ouvir,
cheguei a conclusão de que tanto o bem, quanto o mal, estão dissolvidos no planeta.
É como se pairassem sobre nossas cabeças e, vez ou outra um ou outro cai em nosso ser. Ninguém consegue viver na maldade. Ninguém consegue viver na
bondade. Quem pratica o mal? Os homens bons... Quem pratica o bem? Os
homens maus... Quando participamos de um linchamento, que é exercido pelos
homens bons, estamos sendo maus... Quando evitamos um linchamento, que é
exercido pelos homens maus, estamos sendo bons... Mas, afinal, quem quer viver
ou morrer para sempre? Penoso demais..."