Este é o mais extenso e abrangente estudo publicado sobre o Amapá, criado como território federal em 1943 e considerado estado desde 1988, um dos mais jovens e menos estudados dos estados brasileiros.
Este livro focaliza particularmente a mina de manganês de Serra do Navio, primeiro empreendimento mineral moderno e de grande porte realizado na Amazônia brasileira, que polarizou a modesta economia do Amapá de 1953 a 1998, quando encerrou as suas atividades. Discute também os efeitos desenvolvimentistas e os impactos ambientais da mina e analisa os ecossistemas e as riquezas naturais do estado. Um capítulo focaliza a transição da antiga vila empresarial para a condição de sede municipal.
Aqui, vemos que houve alguns outros investimentos produtivos de porte no Amapá (outras minas, pescado, corte de árvores nativas, plantio comercial de árvores, industrialização de madeira e minérios), mas que foram insuficientes para diversificar a economia local. Faltaram também investimentos públicos em infra-estrutura e em serviços públicos para dar apoio ao desenvolvimento sustentado do Amapá.
Os autores deste livro constatam que o Amapá não se desenvolveu plenamente depois de quase 50 anos de mineração, mas que muitos dos seus indicadores sociais e econômicos melhoraram substancialmente. De outro lado, apontam que o estado não foi empobrecido nem ambientalmente degradado, o que indica que a mineração em grande escala não causa necessariamente miséria e destruição ambiental.
Com isto, procuram contribuir para a compreensão das alternativas de desenvolvimento de um estado amazônico cujas atividades produtivas dependem fortemente dos seus recursos naturais, concluindo que a fartura desses recursos está longe de ser uma garantia para o desenvolvimento, que requer investimentos públicos e privados para a diversificação das atividades produtivas, a montagem de infra-estrutura e a oferta de serviços públicos.