Isaku é um menino de nove anos que vive numa aldeia na costa do Japão medieval, sobrevivendo precariamente daquilo que o mar lhe dá - moluscos, peixes, conchas. Os aldeões também destilam sal para os povoados vizinhos, em grandes caldeirões sobre fogueiras que ardem durante as noites de inverno.
A manufatura do sal tem, porém, uma utilidade oculta e macabra: aschamas que brilham na escuridão confundem e atraem barcos que passam pela costa, fazendo-os lançar-se sobre os recifes da ilha.
É por meio de Isaku que o leitor acompanha o cotidiano de crueldade e desamparo dos pescadores. E é pelo olhar assombrado e ingênuo do garoto que testemunhamos a tragédia que cai sobre a aldeia quando surge na costa um pequeno barco à deriva - um barco com uma carga de inimaginável terror, destruição e morte.