O livro de Karina Bidaseca sobre uma das mais celebradas artistas mulheres sul-americanas é um verdadeiro manifesto. Neste momento em que os debates feministas decoloniais têm se intensificado, é um modo de aproximar a obra e a vida de Mendieta das produções artísticas brasileiras. O diálogo com a terra, o sagrado, o papel dos rituais na performance artística nos remetem ao modo como as mulheres latino-americanas, herdeiras de uma episteme ameríndia e afrodiaspórica, buscam na arte uma experiência estética sensível, epistêmica, política ativista de autotransformação e de crítica a modelos de arte ocidentocêntricos.