Entre o Olimpo e o agora: histórias clássicas para quem não foge de boas perguntas. Em A nudez de Afrodite, revisitando os mitos antigos para entender dilemas modernos, Cláudio Moreno apresenta sessenta narrativas que atravessam o tempo e revelam o quanto ainda somos gregos.
Apesar da distância temporal que nos separa da Grécia Antiga, ao longo dos séculos filósofos, pintores e escritores vêm retratando a mitologia grega e examinando-a sob a perspectiva de seu tempo. Em A nudez de Afrodite, Cláudio Moreno apresenta crônicas que revisitam essas histórias, não para recontá-las, mas para reinterpretá-las à luz das questões atuais da humanidade, trazendo à tona os dilemas de gerações passadas que são, fundamentalmente, os mesmos da atualidade.
Perséfone é forçada a crescer pela dor e pela perda. Jasão e os argonautas ressaltam a coragem que cada um carrega consigo e que se revela quando os riscos no caminho são enfrentados. Cada uma das sessenta crônicas é uma reflexão sobre temas que atravessam os séculos: a complexa relação entre pais e filhos e entre o homem e a mulher; a vida e a morte; as agruras do amadurecimento; a beleza e a arte; a busca insaciável pela imortalidade e suas consequências; o dilema entre destino e livre-arbítrio; e, acima de tudo, o amor.
Entre mitos e realidade, entre passado e presente, A nudez de Afrodite refaz as perguntas elaboradas na Grécia Antiga e revela como elas foram respondidas e apropriadas ao longo do tempo. Cabe ao leitor questionar a si mesmo e ao mundo ao seu redor, a fim de entender como poderia encontrar soluções para as mesmas questões, tomando como inspiração as histórias que moldaram a cultura ocidental ao longo dos séculos.
“Nestes relatos você vai encontrar todas as facetas da natureza humana: eles descrevem as emoções que conhecemos e mostram todas as relações que podem existir entre um homem e uma mulher, ou entre pais e filhos; neles estão previstos todos os crimes possíveis, com seus respectivos castigos, todos os sonhos e todos os pesadelos. Neles também podemos encontrar exemplos que mostram como devemos agir, fornecendo-nos uma ética que continua atual, pois não se baseia em proibições, no remorso ou na culpa, mas sim em valores que nunca deixarão de ser humanos. Estas histórias parecem estar por trás de tudo o que somos, e adiante de tudo o que seremos; por isso, jamais vão morrer.”