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21 de Jul

Debaixo da Nossa Pele: Uma Viagem

Joaquim Arena
R$ 79,90
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Quem foram os primeiros negros a habitar o continente europeu? Como trajetórias individuais, muitas vezes apagadas da história oficial, contribuíram para moldar o Ocidente? Como recontar a presença negra na Europa desde as grandes navegações até os fluxos migratórios do século XX? Essas são algumas das questões que movem Debaixo da nossa pele: Uma viagem, livro do escritor e jornalista cabo-verdiano Joaquim Arena. O lançamento da obra no Brasil, pela editora Gryphus, será na edição da Festa Literária Internacional de Paraty (FLIP) 2025, com a presença do autor, que participa da programação da Flip+. Misturando ficção, reportagem, ensaio, biografia e relato de viagem, o livro traça um percurso incomum pela “Europa negra”, aquela que ficou fora dos livros didáticos e das grandes narrativas coloniais. Publicado originalmente em 2017, em Portugal, e depois traduzido na China (2022) e nos Estados Unidos (2023), o livro chega agora aos leitores brasileiros. Ao longo de 224 páginas, Arena — vencedor do Prêmio Oceanos 2023 com Siríaco e Mister Charles — apresenta um mosaico de fragmentos esquecidos da presença negra na Europa, com uma coleção de notáveis personagens. "Para nós, escritores de língua portuguesa, a publicação de nossos livros neste país é um marco importante. Não apenas pela dimensão do mercado, mas sobretudo pela variedade dos leitores. É um universo mais diverso, com uma matriz cultural muito rica e que tem curiosidade por outras literaturas da mesma língua, em geografias diferentes”, comenta Arena.  Narrativas entrelaçadas O ponto de partida é uma palestra sobre o curioso quadro quinhentista Chafariz D’El Rei, precioso retrato da população africana em Portugal, à época. Dias depois, Arena reencontra Leopoldina, amiga que se dedica à investigação do enigma da mestiçagem na população lusa, e do legado social resultante dessa mistura de culturas. Leopoldina, uma senhora descendente de pessoas escravizadas, também procura manter viva a história de sua tataravó Catarina, transmitida oralmente por gerações.  A partir daí, começa uma jornada dupla — geográfica e temporal. Pelo interior de Portugal, Arena atravessa vilarejos como São Romão e Rio de Moinhos, às margens do rio Sado, onde africanos escravizados trabalhavam no cultivo do arroz no século XVIII. O livro flui como um road movie literário. Nele, o autor, que volta ao país de adoção após a morte do pai adotivo, em Cabo Verde, atravessa o Portugal contemporâneo em busca de marcas de um passado ain