“[...] Carla Brasil, na sua primeira arremetida, chega tão longe que me dá vontade de usar um daqueles sonoros palavrões descarados, para escancarar o meu entusiasmo.”
Ruy Guerra
Com a poesia reunida em Cronofagia, a propriamente brasileira Carla Brasil aponta de velas abertas na poesia brasileira. Roendo o osso do casticismo parnasiano ou cuspindo a mais breve das hashtags, a autora procura digerir o mais antigo dos mistérios a partir de seu mais eloquente e duradouro testemunho: a língua.
Em boa parte ruminados durante caminho e jornada, os poemas aqui reunidos não buscam decifrar o inefável, nem evitar que ele os devore, mas exigem um lugar à mesa do banquete e alguma reciprocidade conspícua, como se dissessem: “Devoremo-nos”.
Estejam servidos.