Os comentários sobre o filósofo Vladimir Safatle - a exemplo dos selecionados pelo próprio autor -
evidenciam a comoção gerada, ao longo dos anos, por suas ideias, algumas das quais estão presentes em
A esquerda que não teme dizer seu nome, sua obra mais polêmica. Nestas páginas, Safatle argumenta
que, nas últimas décadas, a esquerda abandonou os fundamentos da luta política, limitando-se a gerenciar
as crises políticas e econômicas geradas pelo capitalismo neoliberal e perdendo seu ímpeto revolucionário.
Para o filósofo, ao renunciar ao que era essencial em suas teorias e em sua história - a defesa radical do
igualitarismo em todas as suas dimensões e da soberania popular -, a esquerda morreu. Revivê-la exigiria
romper com a gestão de crises conexas inerentes ao sistema e unir os oprimidos contra seus opressores.
Treze anos depois, o desafio no horizonte político se aprofunda, agora inflamado pela expansão da
extrema-direita e pela lógica compensatória do campo progressista. Safatle retorna, portanto, nesta nova
edição para nos convocar, mais uma vez, a entender as necessidades do sujeito contemporâneo, combater
o individualismo, recuperar a crença na participação política revolucionária e buscar, com coragem e sem
hesitação, a possibilidade das transformações.