A proposta deste livro, materializada no próprio título, “O trabalho de colocar o tratamento no paciente”, faz refletir-se sobre os ombros dos
psicanalistas a responsabilidade de criar o espaço analítico, partindo da demanda do consultante. Caso contrário, o título seria outro: “O
trabalho do paciente para entrar no tratamento”, por exemplo. Nada disso. A opção do autor é clara e a marca dela aparece na escolha
do título deste livro. E não poderia ser de outra maneira, porque a escolha está inserida em outra questão que o autor reputa da mais alta
hierarquia, nem sempre destacada na babelesca literatura: a criação do espaço psíquico na cabeça do analista para receber o demandante
de uma análise. Sem o advento desse espaço, lugar do nascimento transferencial, os caminhos se fecharão.