antE não como mera contradição, também sem deixar de ser, no sentido em que a poesia de Rômulo Silva responde a um debate mas não se encerra nele. antE, não como detentora de uma verdade inaugural, mas assumindo a força criadora dos encontros. As antepoemas aqui reunidas não funcionam como um manual para a realização de outra pretendente norma, criam uma zona de afirmação aglutinadora de experiências que instauram a liberdade com a força do existir sem a licença do algoz. É uma Fortaleza que resiste sem pedir autorização e assim não caminha para legitimar sua existência perante a ameaça, impõe-se sobre a ameaça com a tranquilidade com que se anuncia. Joga com o mistério da desobediência! Não se faz pelo desejo de ser um código, mas pelo resguardo da multiplicação de códigos compromissados com a continuidade das vidas-ante. É encontro na penumbra que ilumina os gestos. A negação antes da disputa é uma afirmação radical do im-possível! Ainda no que pese os efeitos das violências constituintes do mundo, as antepoemas se multiplicam como forças geradoras, e é aí que reside a sua mais revolucionária possibilidade.