Quando voltar do exílio, prometo
relembrar-te todos os lugares onde foste.
Dentro do meu peito, ocupaste por inteiro
o lugar do coração que, na partida,
se pôs do tamanho de uma semente.
Devo-te, por isso, a vida.
Quando voltar do exílio, espero
retomar a coragem de crescer
árvore com copa e frutos,
que nos dêem sombra e doçura às
memórias da tarde quente.
Quando voltar do exílio,
se alguma vez voltar do exílio,
porque voltar é, também,
uma espécie de asilo
da loucura que foi deixar-te.