História, economia e relações internacionais se conectam neste
inovador livro. Seu foco está nos usos de instrumentos financeiros
pelo Império do Brasil para impor e garantir o projeto
geopolítico conservador na metade do século XIX. Ao apresentar
os tipos de empréstimos, as redes oficiais e secretas de financiamento
e as estratégias para cobrar pagamentos, Talita Alves
de Messias supera visões dicotômicas sobre a diplomacia imperial
e sobre a atuação do barão de Mauá, demonstrando os interesses
e os riscos assumidos pelos diferentes atores regionais ao
longo do processo. Sua inovadora tese, vencedora do prêmio de
melhor tese de doutorado pela Associação Brasileira de Pesquisadores
em História Econômica, agora revista e transformada
em livro, é um belo exemplo de articulação entre diferentes
áreas do saber para a ampliação do conhecimento histórico.
— Gabriel Passetti
Professor de História das Relações Internacionais na Universidade
Federal Fluminense (UFF) e coordenador do Laboratório de História da
Política Internacional Sul-americana (LAHPIS)
O livro de Talita Alves de Messias é de grande relevância para a
História Econômica e Economia
Política Internacional. Fruto de seu
doutorado e Prêmio de Melhor Tese
de Doutorado pela ABPHE, o livro
tem como objetivo “investigar os
empréstimos financeiros realizados
pelo Império do Brasil aos seus
aliados na região da Bacia do Rio da
Prata durante os conflitos
geopolíticos ocorridos no século
XIX”. Particularmente, compreender
a ação do negociante e banqueiro
Irineu Evangelista de Souza, o barão
de Mauá, e sua inserção na região.
Através da rede de negócios do
barão de Mauá, seja no Uruguai,
seja na região de Entre Rios e
Corrientes na Argentina, com
destaque para o negociante
alsaciano José (Joseph) Buschental,
que esteve no Brasil durante o
primeiro Reinado e muito próximo
de d. Pedro I, pois era casado com a
sobrinha da Marquesa de Santos, o
Império brasileiro desempenhou
papel importante na geopolítica da
região até a eclosão da Guerra da
Tríplice Aliança. Tal atuação ficou
conhecida na diplomacia brasileira
como a Diplomacia do Patacão,
tornando o Brasil credor na região
do Rio da Prata.
SUMÁRIO
11 APRESENTAÇÃO
15 INTRODUÇÃO
Capítulo 1
23 SI VIS PACEN, PARA BELLUM: PREPARANDO-SE PARA A GUERRA
25 A Guerra Grande uruguaia: o emaranhado de alianças e complicações no
Rio da Prata
34 Intervenção europeia na Guerra Grande
44 Americanismo e a intensificação das negociações com o Brasil
50 Início da intervenção br