Contos de Mar

Alberto Leoncio Martins Neto

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Na costa norte, onde se situa Tarituba, incrustada entre as montanhas e à beira do oceano, os aldeões possuem dois deuses: o padre da paróquia e sua honra. Ao contrário dos campesinos, nem suas vidas e famílias adquirem tanta importância quanto o seu conceito próprio de honra, expresso em termos de bravura, tenacidade e resistência. A presença divina é reconhecida pela capacidade de suas mãos, laceradas pelo esforço do arrastão diário e pela firmeza de seus pés largos calejados pelas areias escaldantes do litoral. Suas casas são apenas seus corpos, e suas vidas, o mar. Os peixes são seres inferiores, embora matreiros e perigosos. Os desafios maiores são o tempo, e seu filho, o mar. Vitorino era um legítimo rebento de Tarituba, até o dia em que perdeu sua canoa e teve dois dedos da mão arrancados por uma barracuda em visita inesperada àquelas paragens.