LivrosArtesMúsica e DançaUma Poética para a Formação Trans-Forma: Centro de Dança Contemporânea (Belo Horizonte – 1971-1986)

Uma Poética para a Formação Trans-Forma: Centro de Dança Contemporânea (Belo Horizonte – 1971-1986)

Tarcísio Ramos Homem

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“– Atravessa”, já ordenava Diadorim ao canoeiro, quando, ao lado de Riobaldo, preparavam-se para seguir para o outro lado do rio. No entanto, partiam de um ponto e almejavam chegar ao outro lado. Embora a notável travessia roseana inspire, parece que nem sempre a travessia pode ser assim identificada: “A travessia perde seu destino porque não tem meta, não é finalidade” (SKLIAR, 2014b, p. 26). No entanto, existe uma trajetória no atravessar, e pode-se responder que essa trajetória é: nós mesmos. Atravessamos, e temos como companhia a presença deste “desconhecido”: eu-mesmo. Estar em formação é estar em travessia. É das margens, dos encontros, das paisagens que emolduram o sujeito em formação, da situação, das relações, da atenção, das hesitações-interrupções-pausas, da temporalidade, de um estado de infância que a viagem-travessia-experiência pode vir a ser. A travessia não traz garantias, a segurança de sairmos ilesos, salvos. A travessia existe porque existe, assim como em Schiller (2002): “nós somos porque somos”. Este livro não somente investiga, mas, também, procura problematizar e valorizar a formação do artista de dança (teatro) no espaço pedagógico e também fora dele, traçando conexões entre a arte que forma e a vida que forma. A formação é aqui pensada como a possibilidade de se levar o aprendiz a aproximar-se de si. Nesse entendimento, busca-se compreender como Marilene Martins, fundadora do Trans-Forma – Centro de Dança, concretizou seus modos de ensinar dança, de maneira a viabilizar tal aproximação por um conjunto de práticas que aqui são vistas sobre a perspectiva de uma poética amorosa e educativa. Aprendizagem e amor educativo podem se alinhar, conviver e criar o movimento que nos impulsiona o pensamento, o sentir e o fazer. Talvez, nesse encontro íntimo entre o homem e a escola amorosa, sejamos capazes de ir além da (trans)forma, capazes de “desaparecer” e construir juntos e amorosamente um estado de dança, um estado de vida.