“Se não pudermos culturalmente
aceitar o modo como o
pensamento e a prática da
supremacia branca elucidam
aspectos de nossa vida,
independentemente da cor da
pele, nunca conseguiremos
ir além da raça.” Neste livro,
lançado originalmente em
2013, após um relevante marco
histórico no debate racial —
a eleição de Barack Obama
como primeiro presidente negro
dos Estados Unidos —, bell
hooks consolida e aprimora um
argumento que a acompanhou
por décadas: a compreensão da
supremacia branca enquanto
“ideologia dissimulada que é a
causa silenciosa do dano e do
trauma”. Nos dezessete ensaios
deste volume, em que volta a
exercer uma refinada crítica
cultural, a autora se esforça
para demonstrar que raça,
gênero e classe “correm o risco
de se tornar meros tópicos de
investigação sem relação com o
aprendizado transformador ou
com a mudança prática”. Para
evitá-lo, explica hooks, a análise
intersecional deve incorporar o
entendimento da supremacia
branca como característica
transversal dos sistemas
interligados de dominação.
“Estou tentando pensar e
escrever além dos limites que nos
mantêm hiper-racializados”, diz.
“Encontrar uma maneira de ir
além da raça é o único caminho
para a longevidade emocional
e para a libertação.”