O Tratado de Dor, Reabilitação e Atividade Física é o resultado do trabalho realizado há cerca de 20 anos na área de Dor, Movimento, Postura e Comportamento, e que, está inserido na história do Grupo de Medicina Física e Reabilitação do Centro de Dor do HC -FMUSP. O Centro de Dor, hoje referência no Brasil, iniciou oficialmente suas atividades
em 1974 e desde o seu primórdio conta com a participação de diversas especialidades da área da saúde. Hoje, no Centro de Dor, todas essas especialidades participam ativamente na assistência clinica ambulatorial, nas pesquisas clínicas e nas inúmeras atividades acadêmicas de formação de profissionais no âmbito da graduação e da pós-graduação. Estas
atividades sempre conduziram as práticas do grupo e exigem de seus integrantes dedicação em múltiplas funções, que possuem como essência básica, a abordagem interdisciplinar integrando as diversas área do conhecimento em busca do resultado efetivo para o doente que busca em nosso serviço, uma referência na assistência quaternária em saúde na
cidade de São Paulo.
A história da Medicina Física, da Reabilitação e da Atividade Física no tratamento do doente com Dor Crônica no Brasil, evoluiu ao longo dos anos junto à história deste Grupo. Nesta evolução, aprendemos através de prática clínica, e hoje, a luz das melhores evidências, que a fragmentação do conhecimento nesta área dentro de uma abordagem baseada no modelo mecanicista isolado e, as abordagens que prometem “curas milagrosas” e rápidas (quick fixes) a curto prazo, não se sustentam e não contemplam o caráter singular do doente com dor. Estas práticas determinam prejuízos inestimáveis para o doente e para o sistema de saúde desafiando as politicas públicas e privadas a realizarem a transição dos modelos de atendimentos centrados na patologia e na doença para o modelo centrado no indivíduo, contemplando os fatores
biopsicossociais e o contexto do sofrimento de cada ser humano.
Nesta obra, o reabilitador em dor se torna ciente de que a anamnese e a avaliação devem contemplar o modelo centrado no doente e, em seus aspectos biopsicossociais, e que, no tratamento, as técnicas se tornam aliadas para o processo terapêutico, no qual, o terapeuta e a equipe interdisciplinar, em aliança com o doente vão estabelecer, para promover mudanças comportamentais duradouras a médio e longo prazo.
Vale ressaltar que, o fato do doente ser avaliado e tratado por diferentes especialidades não o torna integrado a uma equipe interdiscipli