Este livro trata de método como forma mais exigente de produzir conhecimento, uma disciplina da razão que vai além da pesquisa-produto e questiona sua própria justificação. Há um ambiente em que se faz isso profissionalmente e seguindo tradição centenária: a pós-graduação universitária em mestrados e doutorados, onde o autor viveu por 20 anos. São 50 textos curtos, em linguagem de conversação com um público prioritário, os estudantes. Mas os professores, claro, são “da casa”, e o público em geral interessado pode se sentir, por aquela forma de comunicação, igualmente acolhido. O campo, as ciências humanas e sociais aplicadas. Os textos (capítulos) têm temas livres, espontaneamente ocorridos ao autor – este não é um manual sistemático de metodologia científica – e se relacionam a três temáticas: ambiente da pós-graduação, questões de epistemologia e ciência, práticas metodológicas. Assim, o livro sai de dentro de um ambiente acadêmico, fala primeiro a um público de lá, mas descobre que muitas das preocupações de quem ali vive são comuns a todos que amam sua liberdade de pensar e querem, pelo senso crítico, ir além da comunicação de massas, do pensamento dominante e da manipulação da imagem de “ciência”. E, por milênios, não tem sido esse mesmo o ideal dos que nos legaram o saber científico e a filosofia?