As Tentações de Santo Antão
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As Tentações de Santo Antão
Grupo Livros
Autor | Gustave Flaubert, Paul Valéry, Contador Borges, Denis Bruza Molino |
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ISBN | 9786555190724 |
Título | As Tentações de Santo Antão |
Editora | Iluminuras |
Ano de Edição | 2021 |
Idioma | Português |
Número de Páginas | 256 |
País de Origem | Brasil |
Acabamento | Brochura |
Altura | 23 |
Largura | 16 |
Profundidade | 1,4 |
Peso | 465 |
Origem | Brasil |
Serie/Coleção | vazio |
Sinopse | Pode-se ler este livro como uma alegoria: o deserto em que vagueia o anacoreta, por entre penhascos e areia, tudo povoado por fantasmagorias e alucinações, é também o da literatura, aquele espaço literário, já esvaziado, repleto de tentações, e que Maurice Blanchot, num gesto de pura e absoluta genialidade, soube ler, de modo tão preciso quanto complexo, como etapa decisiva na formação da chamada literatura moderna. Alias, seria toda uma outra e longa história pensar no deserto como espaço formador da própria literatura: neste caso, deserto é, ou pode ser, sinônimo de recusa e de negatividade, uma das categorias fundamentais, como se sabe, do moderno em literatura e nas artes. É um arco tenso: desde o que há de desértico na Mancha, de Cervantes e do comovente Cavaleiro da Triste Figura, até aquele dos tártaros de Buzatti. Ou aquele capaz de provocar o aparecimento de um pomar às avessas, como está no João Cabral de Melo Neto de Psicologia da composição. A tensão do arco se desfaz, no entanto, pela entrega às tentações da positividade que são os significados sem risco: a aceitação da literatura que diz, com certeza, algumas coisas já consumidas pela tradição literária. Flaubert sabia disso e a primeira grande tentação era aquela do conhecimento enciclopédico que viria eliminar o deserto por uma acumulação impiedosa de livros e saberes cuja maior crítica ele haveria de realizar em Bouvart e Pécouchet. Este livro deixa ver, de modo incipiente, como cabe a obras iniciais, traços dessa resistência e, por que não dizer, dessa luta sobre-humana em prol da recusa e do risco. Não é a isso que se chama de flaubertiano, por excelência, a essa luta pelo esvaziamento de um espaço que deve ser assumido pelo rigor quase suicida da linguagem? A história foi contada em detalhes por esse admirável Maxime du Camp no quinto capítulo de suas ricas Souvenirs littéraires (1822-1894), intitulado precisamente “La tentation de Saint Antoine”. Gustave Flaubert convocara dois amigos, Maxime e o poeta Louis Bouilhet, para ouvir, sem direito a interrupções, a leitura do novo livro que ele terminara de escrever, depois de anos de trabalhos que envolviam pesquisas históricas e religiosas volumosas e rigores estilísticos. Trabalhos tão exigentes que chegaram a por em perigo a saúde do jovem escritor, o que motivará a viagem que fará, em seguida, ao Oriente. Reuniram-se no retiro flaubertian |
Edição | 2 |
LivroDigital | vazio |
Prevenda | Vazio |
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