Um belo dia — talvez não tão belo assim — Artur acordou e percebeu que, em vez de duas, tinha três mãos. Pensou: se uma mão lava a outra, o que fazer com a terceira?
O que abunda não prejudica, acabou aceitando a mão espúria. — Helena — disse ele, despreocupado — agora eu tenho três mãos.
A mulher olhou para o marido, falou:
— Que estória é essa, homem, eu te vejo com duas mãos.
— Mas olha aqui, mulher, a terceira mão — ele gritou, já furioso, mostrando a terceira mão que se plantava ao lado da segunda.
Não adiantou, ela só via duas mãos.