Um livro como "Restos & Estrelas & Fraturas" associa esses transtornos da realidade a um gesto transgressivo que abole as fronteiras do mundo e a própria linguagem: "Aprende todas as palavras/ antes de reduzi-las a Uma// ser infinitas palavras/ não precisar de Nenhuma".
De todo modo, aqui ainda há um sujeito contraposto à realidade utilitária que a poesia viria idealmente violar - e por aí vemos como Afonso Henriques Neto pertence a um momento utópico, em que a literatura é um convite à sublevação contra tudo o que é instituído.