"José Silva, aos noventa anos, vive com sua esposa em uma agradável casa de campo, em determinada região montanhosa de nosso país.
Quem já se deparou com o personagem nas obras “Um Silva de A a Z” e “O Rio das minhas manhãs” sabe, no entanto, que a idade já avançada não fez dele um velho casmurro à espera da morte, muito pelo contrário, afinal, este é um Silva porreta, que veio da roça, passou pela fábrica e aprendeu a ler Kierkegaard. Antes de tudo, um forte. Acompanhando suas reflexões e vontades, somos levados, uma vez mais, a uma viagem pelo instinto humano: os cheiros, os desejos, os sonhos e os planos, os sentimentos e as desilusões, tudo exala vida. E de vida, Silva entende. Agora, nosso José está às voltas com uma jovem bonita e tentadora. É Laura, mulher que, segundo o próprio Silva já nos alertara, sempre cuidou dele além do cuidado natural que se espera de quem é contratado só para cuidar... Um dilema se coloca: será mesmo? E mais: será justo?
Certo ou errado, devaneio ou realidade, luxúria ou bem querer. Enquanto busca respostas, o matuto faz das suas e, de repente, estamos envoltos por criações célebres de Albert Camus, Clarice Lispector, Ernest Hemingway, Fiódor Dostoievski, Florbela Espanca, Franz Kafka, Voltare, entre outros. Mas já é hora. Não perca mais tempo com apresentações, por limitadoras. Vire a página e siga José Silva em mais esta jornada. Já dá para sentir o cheiro das jabuticabas roxas e o gosto das gabirobas amarelas." (Luciano Cruz)