No início do século XX, imigrantes negros e judeus viviam na Praça Onze, bairro do centro do Rio de Janeiro. Fisicamente diferentes, tinham em comum o passado traumático (escravidão para os negros e perseguições religiosas para os judeus), religiões mal vistas pela sociedade e a desconfiança das autoridades. Eram festeiros, produziam boa música e um humor autorreferente, irônico e implacável, mas não grosseiro. Para eles, a Praça Onze era "um gueto sem muralhas", "uma África em miniatura".
Em 1942, demoliu-se a Praça Onze para a a Avenida Presidente Vargas passar. Desde então, negros e judeus contam suas histórias, mas uns não falam dos outros ao relembrar o passado, seja em músicas, textos acadêmicos ou ficção. Negros e Judeus na Praça Onze. A história que não ficou na memória tenta descobrir como foi essa convivência e busca saber por que os dois grupos não guardam lembranças comuns.