Desde o surgimento da consciência humana na evolução da Natureza, sinais de busca de significado e sentido para nossa existência têm sido descritos. O livre-arbítrio que vem com esta consciência pode ser visto como uma liberdade máxima ou uma maldição. Podemos decidir todos os nossos passos com atenção e propósito, ou sermos levados pelo senso comum da moral social, seguindo a manada, sem questionar as direções. Ambos os caminhos apresentam seus pontos positivos e negativos. Não existe certo ou errado, mas existe acerto e erro em relação a um ponto de vista.
Um ponto de consenso que existe, independente de qual corrente de opiniões você segue, é o de que o autoconhecimento permite tomadas de decisão cada vez melhores em relação ao Seu referencial pessoal.
A questão é que o autoconhecimento não é um objetivo a ser atingido e sim, um processo contínuo e muitas vezes difícil que nos acompanha em toda nossa existência.
Atualmente uma profusão de manuais, técnicas, métodos, receitas e afins, tentam vendê-lo como um produto de prateleira.
Este livro poderia ser olhado como mais um desses manuais, mas ao lê-lo, temos muito mais a sensação de estar lendo uma das redações descritas acima.
Miriam consegue com muita sutileza costurar uma colcha de retalhos composta de citações acadêmicas, poemas, músicas, experiências pessoais profissionais e, acima de tudo, sinceridade. A informação, tanto teórica como de cunho mais pessoal, é passada de forma agradável e direta. Olhando com muita clareza para um assunto muitas vezes nebuloso.
Esta colcha, como deve ser, não fecha o assunto, nem resolve o problema, mas acolhe como um bom cobertor o faz nos momentos de frio.
Nesta experiência fugaz que chamamos de vida não existem grandes soluções definitivas, pois, como dizem os Taoístas, a única coisa que nunca muda é o fato de que tudo muda o tempo todo. Assim, buscando entender nossas potencialidades e necessidades mais profundas, continuamente, estaremos prestando respeito à Natureza e ao tempo que temos por aqui.