Uma Ponte para o Futuro

Denise Góes, Laís Duarte Motta, André Ribeiro

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Introduzido no Brasil pelo inglês Charles Miller no final do século XIX, o futebol em seus primeiros anos no país era essencialmente voltado para a elite. No entanto, logo a atividade esportiva sairia dos redutos da alta sociedade para cair no gosto popular dos brasileiros e se tornar a paixão nacional por excelência. Os pormenores desta história são contados no livro “Uma ponte para o futuro” (editora Gryphus), escritos a seis mãos por André Ribeiro, Denise Góes e Laís Duarte Mota. O livro esmiúça a trajetória do esporte no Brasil, em especial no estado de São Paulo, ao remontar as primeiras partidas de futebol em território brasileiro, o surgimento das agremiações paulistas até o pleno desenvolvimento e a profissionalização do esporte em São Paulo e no resto do país. Patrocinado pelo Sindicato dos Atletas Profissionais do Estado de São Paulo (Sapesp), o lançamento supre uma lacuna importante da história do futebol paulistano. Com um texto leve e preciso e repleto de depoimentos de profissionais do ramo, que construíram este legado, o livro deverá despertar o interesse tanto de estudiosos do tema quanto dos amantes do esporte. São Paulo pode ser considerado o marco zero do futebol no país ao ter sediado a primeira partida oficial do jogo em abril de 1895, cinco meses após o desembarque de Charles Miller, no Porto de Santos. Miller acabara de retornar da Inglaterra e reuniu um grupo de amigos da colônia inglesa para uma disputa. Realizado no gramado de uma elegante chácara paulista, o jogo entre os integrantes do São Paulo Railway Team e do Gás Work Team deu início a uma nova moda entre os jovens ricos da sociedade paulistana. Seis anos depois da chegada de Miller ao Brasil, a capital paulistana já reunia cinco equipes organizadas: SPAC, Paulistano, Germânia, Internacional e Mackenzie. Aos poucos a atividade saiu dos restritos clubes para as classes endinheiradas e conquistou a massa, que jogava suas “peladas” nas várzeas dos rios, após longas jornadas nas oficinas das fábricas. A partir deste momento, as cenas de meninos descalços batendo bola, que se repetem diariamente em todo o país, tornaram-se corriqueiras. Segundo dados recolhidos pelos autores, em 1904, só em São Paulo havia entre 60 e 70 clubes. Dividido em oito capítulos e em uma foto galeria com os presidentes da Sapesp, o livro também trata de assuntos delicados ao expor como o futebol foi alvo de preconceito e de práticas excludentes típicas da elite brasileira. Para se distinguir da massa, os integrantes das classes altas de São Paulo preferiram criar uma Liga de futebol própria. Os negros também foram alvos de discriminação racial, impedidos de jogarem nos times oficiais. Exceções existiram, a mais notória foi o caso do jogador Arthur Friedenreich, filho de um alemão e de uma mulata brasileira. O livro também narra a trajetória de grandes jogadores, como Leônidas da Silva - precursor no Brasil dos contratos milionários, digno das grandes estrelas de Hollywood – e Hélio Geraldo Caxambu, revelação do futebol paulista em 1937. O interesse da grande imprensa pelo esporte, a injeção de capital no meio esportivo e a conseqüente profissionalização do futebol brasileiro exigiram a organização de uma entidade em defesa dos interesses dos esportistas profissionais de São Paulo.