Villa-Lobos errou? É apergunta que nos faz o maestro Roberto Duarte no título deste seu novo livro. E, com a mesma meticulosidade com que se dedica à regência e ao preparo de seus concertos, ele mesmo se encarrega de responder à questão proposta ao longo das páginas deste volume.
Villa-Lobos era um caso típico. Além de compor com o ímpeto de uma tempestade tropical – ou como se cavalgasse um rojão –, fazia-o o tempo todo, em quaisquer situações e condições. O conceito do moto-perpétuo aplicado à criação musical. Seria sobre-humano – e Villa-Lobos era intensamente humano – não se enganar nessas condições.
A relação de amor e respeito de Roberto Duarte com o conjunto da obra de Villa-Lobos é antiga e tornou-se conhecida fora das fronteiras do Brasil graças aos ecos de seu sucesso em 1975 ao receber o prêmio Serge Koussevitzky no Concurso Internacional de Regência do Festival Villa-Lobos no Rio de Janeiro.
Villa-Lobos errou? é um trabalho sério e responsável. Mas também é um tributo, um ato de amor que reflete uma carreira dedicada à produção da música brasileira e ao seu mais importante compositor sinfônico.