A leitura de "Canção da Tarde no Campo" representa a possibilidade de um grande encontro com o lirismo da poesia de Cecília Meireles, considerado pelos críticos como o mais elevado da literatura brasileira contemporânea. Altamente técnica, embora seus versos demonstrem uma simplicidade quase que popular e desenhem imagens sensoriais fortes e musicais. "Caminho do campo verde,/ estrada depois de estrada./ Cercas de flores, palmeiras,/ serra azul, água calada./ Eu ando sozinha/ no meio do vale./ Mas a tarde é minha". As imagens criadas por Ana Raquel, com uma experiência de mais de 70 livros ilustrados, captam o sentimento da autora no seu encontro com ela mesma e com a natureza. "Meus pés vão pisando a terra/ que é a imagem de minha vida".