O livro que o leitor tem em mãos – de Fátima Caropreso – intitulado "Freud e a Natureza do Psíquico", pode ser considerado, sob vários ângulos, como uma esmerada tese – tese no sentido forte que os medievais davam a esse termo.Ao longo das proposições que apresenta, vislumbra-se um fio condutor: a metapsicologia nada é – nem mais, nem menos – que uma neuropsicologia. Coisa rara, a autora não sobrevoa os textos; parte da ‘Concepção das afasias’, passando pelo ‘Projeto’, ‘A Interpretação dos Sonhos’, os artigos da ‘Metapsicologia’ e ‘Além do Princípio do Prazer’, para culminar com o ‘Esboço de Psicanálise’. Isso para apenas citar os mais importantes textos de Freud.O que temos é uma análise aprofundada. Uma verdadeira análise de textos. À exceção dos artigos que versam sobre a concepção freudiana da cultura, que estão em estrita dependência da Metapsicologia, e do uso – razoavelmente discreto – das cinco psicanálises, nada escapa ao seu crivo.
Do prefácio de Luiz R. Monzani