Sertão, Sertões
Grupo Livros
Autor | Vários Autores |
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ISBN | 9788593115332 |
Título | Sertão, Sertões |
Editora | Elefante |
Ano de Edição | 2019 |
Idioma | Português |
Número de Páginas | 232 |
País de Origem | Brasil |
Acabamento | Brochura |
Altura | 23 |
Largura | 15 |
Profundidade | 1 |
Peso | 348 |
Formato | Físico |
Origem | Brasil |
Serie/Coleção | vazio |
Volume | vazio |
Sinopse | Canudos — sua gente, sua terra, suas lutas, seus dissensos instauradores — continua em disputa. Se Canudos e os conselheiristas foram feitos inimigos da República brasileira, do progresso e do desenvolvimento, seus sobreviventes — sobreviventes, não vítimas — espalharam-se como sementes de resistência. Por isso, voltamos a Canudos e às suas lutas. Não para reconstruir o tempo de Antonio Conselheiro como monumento imóvel e petrificado. Trata-se de reconhecer, lá e aqui, o esforço de reavivar “as centelhas da esperança” acesas pela tradição de rebeldia dos pobres, dos trabalhadores, dos oprimidos, que, ao escavar a própria história, vão construindo um modo de ser e de existir que permita romper com as dominações. Voltamos a Canudos, ao sertão e a seus múltiplos sentidos, disputando e contrarrestando os significados impostos desde fora como monumento-barbárie que consolidaram a visão dicotômica e dual entre o sertão e o Brasil. Se o sertão virou o Outro do Brasil, estamos somados a muitas outras Canudos no esforço de ressignificar e renomear o próprio Brasil. […] Este livro se pretende parte do diálogo e da disputa. É uma aposta: somente a tradição dos oprimidos, repensando contradições e reconstruindo veredas, será capaz de despertar as centelhas da esperança por uma vida vivida como construção compartilhada da utopia. Canudos resiste, lá e aqui. *** No mais de século que nos distancia da guerra de Canudos, vimos a modernização capitalista completar um ciclo inteiro. Canudos representava a resistência a uma modernização econômica em ascensão que precisava subsumir tudo à sua lógica, e que tinha no Estado seu instrumento privilegiado. Já as cidadelas-mundéis de hoje e os Estados de configuração híbrida — Estados-máfia ou Estados-milícia — são sintomas de sua fase descendente, formas de uma modernização em colapso. A forma mais extrema desse colapso é, sem dúvida, a ambiental, na qual a manipulação do mundo concreto em prol da acumulação de valor abstrato vem cobrar sua dívida imperdoável. Afinal, não só o homem cobra suas dívidas, mas também a terra. Não sem certa ironia, a crise ambiental tem se manifestado nas últimas décadas através de grandes períodos de estiagem. As águas estão secando. Os níveis das represas, baixando. O Açude Cocorobó já não consegue ocultar como antes a planície rugosa de Canudos, e os escombros formidáveis do Arraial do Belo Monte, pouco a pouco, dão-se a ver. |
Edição | 1 |
LivroDigital | vazio |
Prevenda | Vazio |
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